Selecionar vidros adequadamente depende de 10 critérios
Publicado em 01 de outubro de 2020

Os 10 atributos para a escolha do melhor vidro

Por Eng. Nelson Firmino e Arq. Audrey Dias

Na arquitetura e na construção civil, os critérios para a escolha do vidro jamais devem se restringir à estética – cor, dimensão e espessura. Tais atributos precisam estar em sintonia com outras propriedades do material, capazes de melhorar o seu desempenho.

O melhor vidro para um edifício é o que lhe garante conforto interior, seguindo projeto e instalação adequados. Com isso, é possível reduzir o consumo de energia, assim como os custos de operação e manutenção.

Cada aplicação do vidro deve seguir parâmetros como a orientação das fachadas quanto ao sombreamento, o clima e as temperaturas locais, as pressões predeterminadas do vento e a altura do edifício. O ambiente urbano nos leva a considerar a intensidade da poluição sonora da região e a avaliar a capacidade de atenuação do ruído. Da mesma forma, a aplicação do material em áreas de risco ao público deve ser avaliada.

As aplicações do vidro em áreas consideradas de risco, por exemplo, a impacto humano, é outro ponto importante durante o processo de selecionar vidros adequadamente.
Em geral, são 10 os atributos que precisam ser levados em conta na hora de decidir o melhor vidro para uma edificação:

1- Cor e aspecto

Observar amostras em escala real é a única forma de garantir satisfação na hora de escolher a cor do vidro. A cor aparente do material resulta da soma da cor do vidro, mais a cor da luz incidente, além da cor dos objetos vistos através dele.

2- Transmissão de luz visível

O nível de iluminação natural no interior do edifício depende desta característica. Unidades residenciais exigem um nível mais alto de conforto térmico que outras de uso comercial ou de serviços. Com elevada porcentagem de transmissão de luz visível, o vidro float de cor verde desempenha, ao mesmo tempo, o controle da radiação solar. Este controle da radiação também pode ser obtido com o vidro float cinza ou bronze, de mesma espessura.

Vale lembrar que, no vidro float refletivo, os níveis de luz transmitidos são menores e seus coeficientes de sombra também. Já a cor do float colorido varia de acordo com sua espessura e, à medida que esta aumenta, diminui a quantidade de luz visível. Assim, ao variar a espessura dos vidros coloridos em uma fachada, a percepção muda, se você está no interior ou no exterior do empreendimento. Fique atento!

3- Transparente, translúcido e opaco

O vidro pode atingir diferentes graus de transparências – desde a visão total a distintos graus de translucidez, chegando aos vidros opacos, que impedem a visão e a passagem da luz. Se o objetivo do projeto é proporcionar uma visão total, o vidro float transparente, incolor ou de cor, é o mais indicado. Já o grau de translucidez depende da densidade e profundidade do desenho gravado em uma das faces do vidro, incolor ou de cor. Os vidros jateados ou opacos, por sua vez, modificam a transparência original; neste caso, podem ser vidros revestidos com esmalte cerâmico ou de diferentes cores. Isso porque um vidro pintado ou opaco absorve mais o calor.

4- Transmissão de calor solar

O coeficiente de sombra é a melhor medida para avaliar a quantidade de energia solar admitida através de um vidro. A comparação deste ponto entre vidros deve ser feita entre o vidro em questão e o transparente incolor de 3mm de espessura.

O vidro incolor aproveita melhor o calor do sol e é o mais indicado para edifícios e residências. Os cristais coloridos em sua massa também são absorventes de calor. Vale lembrar aqui que a absorção de calor eleva a temperatura do vidro e, quando esta é excessiva, pode levar à fratura de um vidro recozido. Os cristais refletivos também absorvem calor. Sendo assim, em cada situação, é preciso verificar o estado e a situação de bordas do material e, se for o caso, aumentar a resistência, temperando o vidro.

5- Atenuação térmica

O coeficiente de transmissão térmica (W/…..K) expressa a atenuação que oferece o vidro a passagem do calor que, por condução e convecção superficial, flui através de sua massa.

Medido como a diferença de temperatura ar-ar, ambos lados do vidro, seu valor não varia em forma apreciável com a espessura do vidro. Este sempre tem uma dimensão relativamente pequena se comparamos com as outras espessuras de outros materiais aplicados na construção.

Em vista disso, o coeficiente “k” de um vidro, incolor, de cor ou refletivo entre 4 e 10mm de espessura é de ordem de 5,4w…K. Na prática, um vidro duplo permite aumentar em 100% a área das superfícies de vidro sem comprometer o balanceamento térmico do edifício. Essa relação ocorre quando comparado o vidro duplo com o vidro simples.

Outra vantagem do vidro duplo é eliminar as correntes convectivas do ar junto ao caixilho, e a possibilidade de embaçamento dos vidros por condensação de umidade.

6- Atenuação acústica

Por efeito de massa, um vidro espesso apresenta um índice de vedação acústica maior que um de pouca espessura. Na hora de selecionar o melhor vidro, saiba que o float de maior espessura é bom para vedar o ruído do trânsito, caracterizado pela baixa frequência. Já o float laminado com PVB, empregando cristais de pouca espessura, é eficaz para vedar frequências mais altas, como a conversação humana.

Deste modo, combinando float de grande espessura e lâminas grossas de polivinil de butiral (PVB) é possível obter uma boa combinação. Sempre considere que o valor final de vedação acústica de uma abertura depende também do fechamento hermético e compressão absoluta das vedações das esquadrias. Essa situação evita a passagem do ar.

7- Resistência mecânica

Segundo sua função, o vidro deve sofrer uma série de esforços e solicitações mecânicas, o que torna fundamental a definição da espessura, tipo e sistema de fixação do material em uma esquadria ou abertura. A pressão do vento é uma das principais solicitações a que o vidro é submetido. A Norma ABNT NBR 7199 indica o método de cálculo da espessura conveniente para os vidros, suportados em suas quatro bordas, submetidos a pressão por carga do vento.

O vidro tem uma possibilidade de ruptura finita e sua resistência não pode ser prevista com exatidão. Em função disso, um bom projeto sempre deve considerar a possibilidade de ruptura e suas consequências. Veja como funciona em cada um dos tipos dos vidros.

  • vidro recozido: se rompe em grandes pedaços sem arestas pontiagudas, permanecendo a maior parte aderidas no marco;
  • vidro temperado: se rompe em pequenos pedaços sem arestas cortantes;
  • laminado com PVB: os pedaços do vidro ficam aderidos ao polivinil, impedindo sua queda e mantendo o conjunto dentro do marco, sem interferir no fechamento nem na visão.

8- Flexão baixa sob cargas dinâmicas ou estáticas

Um vidro vertical, suportado em suas quatro bordas, usualmente apresenta uma flexão baixa sob carga pequena. Se a carga de flexão for duplicada, não aumentará em dobro?

No caso de vidros de grandes dimensões, a espessura deve ser calculada de acordo com uma flexão admitida antes que a ruptura se manifeste. Vale lembrar que a temperatura ambiente se flexiona igualmente em vidros da mesma espessura.

Importante lembrar: um vidro fixado apenas em 2 bordas paralelas deverá ter espessura maior que outro fixado nas 4 bordas. Dessa maneira, será mantido dentro dos limites de flexão admissíveis sob cargas de vento. Quando as dimensões de seus lados sem suporte são consideráveis, deve-se recorrer ao emprego de contraventos.

9- Espessura

A avaliação da espessura adequada de um vidro, incolor ou de cor, não depende somente da resistência, mas das características conforme a sua aplicação. Por exemplo: o aspecto, a transmissão de luz visível, seu coeficiente de sombra e sua capacidade de atenuação acústica. Um especialista deve ser consultado se houver dúvidas sobre a espessura para suportar a pressão do vento e outros esforços semelhantes. É por essa e outras que a Aluparts está aqui!

10- Desempenho aos requisitos de segurança

As Normas ABNT NBR 7210 e NBR 11706 estabelecem as características que deve m reunir um vidro submetido à possibilidade de impacto humano acidental e definir áreas de risco que devem empregar vidros de segurança temperados e/ou laminados. Por exemplo, vidros aplicados à altura de 1 metro acima do piso, guarda-corpo, escadas, coberturas, entre outros.

Os vidros denominados de segurança têm esse nome porque, em caso de ruptura, agem de forma segura para minimizar consequências em caso de acidentes. No Brasil, cresce o uso de vidro blindado: duas placas de vidros separadas por outra de policarbonato. O conjunto oferece resistência à abrasão e resistência do policarbonato ao impacto.

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